eu… alguém

eu conheço alguém …


com um nome que me dá tanto prazer às voltas na minha boca como pronunciar papoila

que tem a “malícia” das rosas, mas cujos espinhos pequenitos não me assustam porque aprendo todos os dias a lidar com eles para lhe apreciar a beleza

de quem o gosto me faz lembrar aquela laranja inesperada e doce que um dia partilhei com ela

que tem a timidez dos caranguejos e que foge para o seu buraquito com temor de pisadelas

multifaceta tal como um diamante e que, tal como o diamante, possui a beleza na combinação de todas as suas faces

com uma timidez desengonçada que tanto lhe dar para se esconder por trás da primeira desculpa esfarrapada quando ameaçada como para disparar à velocidade do som respostas certeiras e provocadoras

com um humor e predisposição para a brincadeira que me faz desejar ser com ela dois golfinhos às voltas no mar

cujo um olhar que me enche de esperança e que se entrega de tal forma que me sustém mesmo nos momentos mais difíceis

que tanto me seduz com a sua impaciência para os meios, sejam eles (meios)termos, (meias)atitudes, ou qualquer outra coisa no meio destes

que em busca do amor, mesmo que tão perdida como qualquer um, possui a coragem e a força de uma guerreira destemida capaz de se (re)erguer após cada queda e partir para uma nova batalha

que todos os dias me dá vontade de conhecer um pouco mais como quem lê um livro para dentro do qual se deixa ir mergulhando, consciente de que está agarrado à sua história desde o primeiro parágrafo

eu conheço alguem especial e verdadeira e que me faz sentir especial por conhece-la

obrigado

(e também obrigado por tanto que ficou por dizer…)